 Bio                   Contact

The Places, The Spaces, The Irruptions

Os Lugares, Os Espaços, As Irrupções



artists artistas
Anne Commet | Deborah Fischer | Emmanuelle Ducrocq | Florent Bonzon | Lev Ilizirov | Matisse Mensil | Rotem Gerstel | Thibault Lucas

 Dínamo Gallery

*

Space swirls in the light the volcano stirs. Half-open and suspended in the darkness ofthe fall. Birds, in vertigo, tear away the horizon. Speed raises the shadow. Ups anddowns carve paths. They come together in deserts where the wind flies through. Thehorizon continues the adventure intertwined with mystery. The exit is the closestmoment, the one that hits us like a teeming place. Spaces open up marks that unfoldstones and sounds, drawing secrets in all languages.

The approaching of time matters little if life remains in the contaminated noise thatpropagates as it advances. The fear of anger, of action, of the world. The fear ofeverything in one single night. Space crossed by abysses travelling in air bubbles.Tomorrow we will invent another place. The next day will be unforgettable, again andagain. In the realm of images — career, success, failure. Irruptions — In girum imusnocte et consumimur igni. Neither model nor anguish. Just the moment in which anextreme turmoil invades the cave: “there is also a lot of grass over there, a lot of well-behaved greenery. Around mental misery and around financial power. There, wherespirit is lacking. There, also, where money abounds, there are lawns.” (Christian Bobin)

No espaço celeste chovem partículas que mantêm a travessia encantada do universo.O céu infinito ocupa o lugar da extravagância. Os acontecimentos jogam-se naobscuridade do acaso. Abandonados. No fundo do pensamento, a natureza das coisas.Como descrevê-la? Uma ideia e uma coisa. Uma ideia que é coisa. A multidão perfura acabeça e instala-se. Anda às voltas no espaço curto que paralisa a intensidade.Murmura. Imóvel no beco sem saída.
O espaço rodopia na luz que o vulcão agita. Entreaberto e suspenso nas trevas daqueda. Os pássaros, em vertigem, arrancam o horizonte. A velocidade eleva a sombra.Subidas e descidas escavam caminhos. Juntam-se em desertos que o vento percorre. Ohorizonte continua a aventura que se confunde com o mistério. A saída é o instantemais próximo, aquele que nos atinge como um fervilhante lugar. Espaços abremmarcas que libertam as pedras e os sons, desenham segredos em todas as línguas.

Pouco importa a aproximação do tempo se a vida permanece no ruído contaminadoque se propaga enquanto avança. O medo da raiva, da acção, do mundo. O medo detudo numa só noite. O espaço atravessado por abismos que viajam em bolhas de ar.Amanhã inventaremos outro lugar. O dia seguinte será repetidamente inesquecível.No reino das imagens — a carreira, o sucesso, o fracasso. Irrupções — In girum imusnocte et consumimur igni. Sem modelo e sem angústia. Apenas o momento no qual umextremo sobressalto invade a caverna: “ali também há muita relva, uma grandequantidade de verde bem-comportado. Em volta da miséria mental e em volta dopoder financeiro. Ali onde o espírito falta, como também ali onde o dinheirosobreabunda, há relvados.” (Christian Bobin)

No espaço celeste chovem partículas que mantêm a travessia encantada do universo.O céu infinito ocupa o lugar da extravagância. Os acontecimentos jogam-se naobscuridade do acaso. Abandonados. No fundo do pensamento, a natureza das coisas.Como descrevê-la? Uma ideia e uma coisa. Uma ideia que é coisa. A multidão perfura acabeça e instala-se. Às voltas no espaço curto que paralisa a intensidade. Murmura.Imóvel no beco sem saída.


Eduarda Neves

esap.pt        ceaa.pt