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La beauté sera convulsive
ou ne sera pas



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inauguração 07.07.2023
exposição aberta ao público entre 07.07. e 10.09.2023 de Setembro
FÓRUM ARTE BRAGA





< Há exposições que incorporam o deslumbramento, a incerteza, o interdito e a liberdade. Como Nadja, aproximam-nos de um campo magnético. Transformam-se, afastam-se, atraem e operam como linhas de força. São potência e fluxo. Convocam lugares nos quais impera um certo delírio silencioso. Cerimónias de feiticeiras, objectos encantados, árvores que percorrem o ar, monstros marinhos. Uma dança.
Foi Gabriel Orozco que escreveu: “a verdadeira questão é: o que é um espaço?” >
O Idiota que grita e torce os ombros para escapar ao nada que o aprisiona — é o nascimento do primeiro homem e o seu primeiro movimento na direcção da liberdade, ou o último sobressalto do moribundo?” (Michel Foucault)


< Entre as obras e a história presente ocorrem filiações imaginadas. Nadja — o espaço vazioque desafia o excesso e uma certa poética da escolha. Sem as fórmulas da harmonia, unidade, interioridade, assinatura. Apenas a fragilidade do espanto.>
“Sempre vivi como se não tivesse nenhuma possibilidade de me aproximar de um modelo qualquer da existência.”(Marguerite Duras)


< Há exposições que são uma intenção de vida ou uma alma errante como a de Nadja. Sem limite nem compromisso. Enlouquecidas. Através delas experimentamos a subversão da longa monotonia e a leveza das clareiras que nos mostram a inesgotável combinação entre plantas, pedras e animais. Outras figuras reclamam o sonho. A noite assinala a mais profunda alegria que o dia esconde em segredo. >


< Deambular pela beleza. Sem alicerces. Em desvios. Sem epígrafes.
A possibilidade de cada um sair do abrigo e  alcançar todas as encruzilhadas do mundo. Uma máquina imortal. >


< Platão e Aristóteles.Séculos que nos contam o poder do fogo e do frio, dos livros e do prazer. A arte torna-se as formas do seu esquecimento.  As sombras  do tempo. Uma espada e um labirinto.
O rumor e o desejo. >
“Vi o universo e vi os íntimos desígnios do universo.(...) Vi o deus sem rosto que há por trás dos deuses.”(Jorge Luís Borges)


< Nadja. Uma obra escrita em 1928, revista e reeditada em 1963 — para melhorar um pouco a forma, como afirmou André Breton. Também perguntou: “quem sou?” e mais ainda: “Nadja, quem é você?” A vida não coincide com a escrita. Como na suspensão do beija-flor, a verdade anda para a frente e para trás. Um turbilhão em forma de hélice e de velozes batimentos. Convulsivamente procura a beleza. >


< "O essencial reside nisto: não penso que para Nadja haja uma extrema diferença entre o interior e o exterior de um manicómio. Uma diferença existe, apesar de tudo, por causa do ruído incómodo de uma chave a dar a volta numa fechadura, da miserável vista do jardim, da sobranceria da gente que vos interroga quando nem sequer está à altura de vos engraxar os sapatos.(...) Só quem nunca entrou num manicómio não sabe que fazem lá os doidos, assim como nas casas de correcção fazem os bandidos." (André Breton) >


<Imaginamos que ali, onde tudo começa, nos é oferecido o mistério das estações, o desatino dos corpos, a multidão cúmplice de uma estranha nave. Sobre Nadja, apenas sabemos que é um nome próprio na encruzilhada de infinitos caminhos. O baile que nasce. >



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